Nas últimas 6 semanas, consideradas para nós, brasileiros, como um período de definição política no Brasil (primeiro, segundo turno e pós eleição) os preços da soja praticados na bolsa de Chicago cederam em 2 e subiram nas outras 4.
O saldo positivo (alta) foi registrado nas semanas do dia 05 de Outubro, 01, 09 e 16 de Novembro e o saldo negativo (queda) nas semanas de 19 e 26 de Outubro.
Nesse intervalo de 6 semanas o contrato com vencimento janeiro fez máximas a US$ 9,0575 e mínimas de US$ 8,47, ambas fora da curva de fechamento.
Esmiuçando um pouco mais esse movimento, percebemos que o mesmo contrato encerrou há 6 semanas atrás cotado a US$ 8,8275 o bushel e encerrou hoje cotado a US$ 8,9250 o bushel graças a uma puxada de última hora (literalmente) que fez os preços saírem de 6 de baixa para quase 4 de alta.
Você deve ainda associar a queda dos prêmios nessas últimas 6 semanas. Segundo a S&P Global Platts que diariamente acompanha a performe exportadora, os prêmios praticados em portos brasileiros no embarque Novembro:
- Mergulharam de positivos US$ 2,80 para uma posição vazia de compradores,
- Cederam no embarque Fevereiro/2019 de + US$ 1,45 para US$ 0,90
- Cederam no embarque Abril/Maio /2019 de + US$ 0,75 para US$ 0,50
Vale ainda computar que nessa mesma janela, o Real valorizou frente o dólar 11 centavos saindo de R$ 3,85 para 3,74.
Esse conjunto de informações mostra com clareza o quanto a origem brasileira perdeu competitividade frente à origem norte americana e argentina.
Nessas últimas 6 semanas todos os possíveis fundamentos foram processados:
Colheita da soja/milho nos Estados Unidos;
2 reportes mensais do USDA do quadro de Oferta e Demanda Norte Americana e Mundial;
Plantio de Soja e Milho no Brasil e Argentina. Diga-se de passagem, um plantio de soja bem acelerado frente aos anos anteriores;
Previsões climáticas para a América do Sul e América do Norte.
Mas nenhum desses fatores isoladamente fez muito sentido quando deixou de ser contextualizado com o assunto guerra Comercial entre Estados Unidos e China.
A semana que registrou feriado nos Estados Unidos na segunda-feira e no Brasil, na quinta-feira, foi inundada de comentários sobre a retomada das negociações entre o Secretário do Tesouro dos EUA Steven Mnunchin com o vice-primeiro ministro chinês Liu He. Paralelamente Larry Kudlow, diretor do Conselho Econômico Nacional norte americano, afirmou que as negociações entre os 2 países têm voltado a ocorrer em ritmo positivo.
Por ocasião do G20 final do mês de Novembro, está agendado um encontro entre os representantes de China e Estados Unidos e o mercado mundial processa que um acordo seria anunciado.
Seria uma frustração generalizada se os Estados Unidos recuassem desse caminho e mudassem o tom do diálogo mas existe uma corrente de analistas que antecipa a possibilidade do governo Trump, passado o período de eleições de meio de mandato, voltar inflexibilizar e engessar as tratativas adicionando ressalvas e condições extras à China, o que poria abaixo o acordo.
Todos sabem que Estados Unidos e China dependem um do outro e ambos têm muito a ganhar e também a perder nesse quesito comercial.
Estados Unidos sabem perfeitamente que a China além de importador de peso de insumos e que eles conseguem comprados em outros países (Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai) e que os chineses detém a maior parte dos títulos públicos dos Estados Unidos.
Mas Estados Unidos buscam através das Associações regionais e estaduais outros países importadores de Soja. Desde o inicio do impasse essas associações foram ágeis em embarcar em Missões comerciais para buscar alocar demanda e ao que parece estão no caminho certo.
Bom, por hoje é só pessoal.
Nos vemos na Semana que vem! Forte abraço
Andrea Cordeiro
Ótimo comentário sobre o mercado !
Parabéns pela excelente iniciativa do Projeto “Mulheres do Agro”!
Quebrando barreiras …